O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou, em entrevista à revista Veja publicada nesta sexta-feira, que a polêmica em torno da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan é “briga política” com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Segundo Mourão, “é lógico que o governo federal vai comprar doses do imunizante”. “Já colocamos os recursos no Butantan para produzir essa vacina. O governo não vai fugir disso aí”, completou.
A fala de Mourão à Veja difere do posicionamento de Jair Bolsonaro sobre o assunto. Em diversas ocasiões, o presidente já disse que não vai comprar a vacina. Ele chegou a desautorizar um acordo feito pelo Ministério da Saúde de intenção de compra de 46 milhões de doses da Coronavac. Além disso, Bolsonaro vem tendo embates públicos com Doria sobre a obrigatoriedade da imunização.
Amazônia e eleições
Presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, Mourão disse na entrevista que “não está tudo bem” na região, mas negou que o governo federal esteja de braços cruzados diante do desmatamento e de queimadas ou “passando a boiada”, em referência à fala do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na reunião ministerial de 22 de abril, sobre medidas infralegais para afrouxar a legislação ambiental.
Mourão defendeu que o governo federal não errou no enfrentamento das ilegalidades na Amazônia e citou reunião com embaixadores na qual disse ter argumentado que o Executivo “busca coibir que as ilegalidades avancem ou que elas extrapolem algo” admissível. Mourão organiza uma viagem à região com diplomatas, principalmente de países europeus, para sobrevoar algumas áreas desmatadas da região.
Diante de especulações de que Bolsonaro pode lançar outro candidato a vice para tentar a reeleição em 2022, o general da reserva alegou não estar preocupado com a próxima disputa presidencial, mas admitiu que pode tentar uma vaga no Senado.
O vice-presidente defendeu o diálogo com o “governo de turno” dos Estados Unidos, independentemente se comandado por Donald Trump ou Joe Biden a partir do ano que vem, e apontou que qualquer empresa comprometida com “soberania, privacidade e economia” pode disputar o leilão de 5G, sem excluir a participação da multinacional chinesa Huawei.
Por fim, Mourão deu o motivo de ser um dos poucos integrantes do primeiro escalão do governo federal a não contrair o novo coronavírus: “Máscara, álcool na mão, álcool para dentro”, disse.
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