No dia em que o Brasil completa um ano do registro do primeiro caso de contaminação pela Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro disparou, mais uma vez, contra as medidas sanitárias de distanciamento social promovidas por prefeitos e governadores para conter a disseminação do novo coronavírus.
“Aos políticos do Executivo que me criticam, sugiro que façam o que eu faço. O povo não consegue mais ficar em casa. O povo quer trabalhar. Esses que fecham tudo e destroem empregos estão na contramão do que o povo quer. Vá para o meio do povo mesmo depois das eleições”, afirmou o presidente, durante evento para retomada de obras em rodovias federais em Tianguá, região da Serra da Ibiapaba, no Ceará.
Acompanhado de ministros e deputados federais, Bolsonaro, como de costume, promoveu aglomeração, não usou máscaras e reuniu crianças ao redor dele. O país contabiliza, até esta quinta-feira, 10.390.461 casos de Covid-19, com mais de 250 mil mortes. Foram computadas 1.541 óbitos em 24 horas, de quinta para sexta, um recorde desde o início do ano. Com isso, a média diária de óbitos ficou em 1.148, a maior desde o início da pandemia.
O governador do estado, Camilo Santana (PT), adversário político do presidente, não esteve no evento. À imprensa local, criticou a presença do chefe do Executivo nacional em um momento que o Ceará registra mais de 11 mil mortes pela pandemia.
Durante a assinatura das ordens de serviço, Bolsonaro rebateu as críticas de opositores, repetindo que é “imbrochável”. “Não me vão fazer desistir, porque afinal de contas eu sou imbrochável! Tenho certeza que deixarei o Brasil melhor do que eu recebi em 2019, mesmo com a pandemia.”
O Ceará é o terceiro destino do presidente nesta semana. Na quarta-feira, ele visitou Rio Branco (Acre) e, na quinta, Foz do Iguaçú (PR).
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