Após a conclusão do leilão da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D), arrematada por R$ 100 mil pela Equatorial Energia, nesta quarta-feira (31), o Governo do Rio Grande do Sul dará andamento à troca no comando da estatal. Os envolvidos no negócio estimam que o processo será finalizado em até 90 dias, para que a nova acionista assuma as obrigações e os investimentos previstos no acordo.
Além de quitar uma dívida de R$ 3,5 bilhões, sendo R$ 1,6 bilhão em ICMS, a Equatorial terá o desafio de aumentar a qualidade de serviços e equilibrar as contas da CEEE – fatores que ameaçam a concessão da empresa junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O diretor-executivo de Regulação e Novos Negócios da vencedora do pregão, Tim Amado, se diz confiante quanto ao futuro da companhia.
“A Equatorial tem o hábito de pegar concessões um pouco mais complexa do que o normal e transformá-las. Neste sentido, vemos como atrativo a boa regulação do setor elétrico. É uma empresa com quase 2 milhões de clientes, com uma base de ativos bastante robusta. Atuamos no Norte e no Nordeste, e o Sul tem uma percepção de risco diferente, com um sistema de arrecadação mais simples”, explicou.
A judicialização do tema, que marcou os debates relacionados ao leilão da CEEE-D nos últimos meses, não preocupa o Palácio Piratini. O governador Eduardo Leite (PSDB), que acompanhou o leilão pessoalmente, na sede da Bolsa de Valores de São Paulo, criticou as ações que congelaram, temporariamente, o negócio. Segundo o político, a privatização da estatal foi balizada pela população gaúcha no pleito que o elegeu, em 2018.
“Nós temos na esfera judicial, lamentavelmente, o terceiro turno das Eleições. Aqueles que não ficaram satisfeitos com uma tomada de decisão, acabam buscando criar obstáculos para que não prospere a agenda legitimada pela população. No último pleito, o povo gaúcho levou ao segundo turno duas propostas que tratavam abertamente sobre a privatização da CEEE”, argumentou, ao citar o ex-governador José Ivo Sartori (MDB).
Demais braços da CEEE devem ser vendidos em breve
Autorizada pela Assembleia Legislativa em 2019, a venda da Companhia Estadual de Energia Elétrica também inclui as operações de geração e transmissão de energia – realizadas, hoje, pelo braço chamado de CEEE-GT. A separação destes núcleos acontece nesta quinta-feira (1), antecipando a realização dos pregões que vão possibilitar a privatização integral da estatal.
“Precisávamos antes fazer o leilão da CEEE-D, que tinha passivos acumulados e poderia dificultar a venda das demais. A privatização das outras companhias já têm a aprovação da Assembleia Legislativa e a modelagem feita. Devemos fazer, muito em breve, o lançamento dos editais para que possamos realizar os leilões ainda no primeiro semestre deste ano”, detalhou Leite.
O governador aproveitou a oportunidade para antecipar a realização de outros negócios envolvendo o patrimônio gaúcho. Conforme o político, a venda da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) também será concretizada nos próximos meses. No segundo semestre, o Estado promoverá leilões para a concessão de estradas que, hoje, estão sob a responsabilidade do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer).
FONTEAristoteles Junior/Rádio Guaíba.
Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini
Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini
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