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CPI investiga negociação paralela para compra de AstraZeneca

 A CPI da Covid no Senado investiga uma negociação paralela para a compra de vacinas das AstraZeneca.

"Estavam pedindo propina." A frase que o servidor Luis Ricardo Miranda contou, durante seu depoimento à CPI, que o seu colega de Ministério da Saúde Rodrigo de Lima ouviu de outra pessoa, refere-se a uma negociação de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca entre o ministério e a empresa Davati Medical Supply.

A proposta foi enviada ao ministério através de um documento no dia 26 de fevereiro de 2021. O destinatário da mensagem era Roberto Dias Ferreira, diretor de logística do ministério, ligado ao líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). No mesmo dia, o Departamento da Logística do Ministério da Saúde propôs uma reunião e respondeu ao mail, dizendo que "havia total interesse na aquisição das vacinas, desde que atendidos os requisitos exigidos".

Chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda. — Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda. — Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado.

A questão é que a AstraZeneca, parceira do governo federal na produção da vacina na Fiocruz, negou que tenha participado da negociação. E que não utiliza intermediário em negociações.

"No momento, todas as doses de vacinas estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais ao redor do mundo".

Perguntada objetivamente se em algum momento teve a Davati como representante afirmou:

"Sobre os questionamentos, gostaria de comentar que não houve representante da AstraZeneca e as vacinas são disponibilizadas por meio de acordos com o Ministério da Saúde e com a Fiocruz"

O presidente da CPI, senador Osmar Aziz (PSD-AM), anunciou que a negociação é uma nova linha de investigação. Vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues, estranha que o governo federal tenha negociado com um intermediário. "A AstraZeneca era a parceira do governo federal. Por que uma negociação paralela com um intermediário?".

O blog está em contato com a Davati para entender a negociação.

Fonte: G1.

Foto: UOL


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