A Polícia Civil deflagrou a operação Quixarás contra um grupo criminoso envolvido com extorsão, incêndio e ameaça, além de delitos correlacionados, cometidos em 2020. As principais vítimas eram advogados e comerciantes, bem como até uma diretora de estabelecimento de ensino.
A ação foi conduzida ao longo da última terça-feira pela 1ª Delegacia de Repressão a Roubos (1ª DR), chefiada pelo delegado João Paulo de Abreu. A Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil atuou junto.
Houve êxito no cumprimento de três mandados de prisão preventiva e de oito mandados de busca e de apreensão em Alvorada e Cachoeirinha, além de Fortaleza e Quixeramobim, no Ceará. Todas as contas bancárias dos investigados foram bloqueadas judicialmente, visando futuro ressarcimento aos danos sofridos pelas vítimas.
O líder do grupo criminoso é um gaúcho, que já estava foragido da Justiça Federal desde março do ano passado, tendo antecedentes por estelionato, uso de moeda falsa e usurpação de função. Ele se passava por Oficial de Justiça e por servidor da Policial Civil, cumprindo falsos mandados de busca e de apreensão para ficar com mercadorias, como cigarros contrabandeados.
Este criminoso gaúcho foi localizado na capital cearense, sendo considerado o principal alvo da operação. Ele foi detido em um hotel. Um Jeep Renegade foi apreendido. O veículo ostentava no para-brisa uma placa com a inscrição “Oficial de Justiça Federal” e o adesivo com a palavra “Advogado”.
Na mesma cidade foi detido também outro indivíduo em uma residência, sendo recolhidos cartões bancários e de crédito fraudados, maquininhas de cartão de crédito, telefones celulares e documentos falsificados.
Em Porto Alegre, um terceiro criminoso foi capturado quando se deslocava com Hyundai Elantra pela freeway. Os policiais civis apontaram ele como o “elo” entre o núcleo gaúcho e o núcleo cearense do grupo criminoso.
Em um imóvel dele, os agentes da 1ª DR do Deic encontraram duas pistolas calibres 380 e 9 milímetros mais acessórios para armamento. Já em outro imóvel, os policiais civis depararam-se com R$ 51 mil em dinheiro, documentos e comprovantes bancários.
Investigação
O fato principal investigado ocorreu entre os dias 27 e 31 de março deste ano. As vítimas de extorsão compõem uma banca de advogados que atua no Rio Grande do Sul. Um incêndio criminoso atingiu inclusive a sede do escritório.
Conforme os policiais civis, os criminosos extorquiam as vítimas com diversos argumentos, como ameaça inclusive de que faziam parte de uma facção criminosa paulista. Os valores pagos pelas vítimas ocorreram mediante transferências via movimentações Pix.
A investigação apurou também que o grupo criminoso conseguiu acessar dados sensíveis relacionados às vítimas, como locais de moradia, vínculos familiares e telefones celulares atuais. Por meio de serviços acessíveis pela internet e contratação de trabalhos em sites especializados, o grupo criminoso obteve assim as informações relevantes para implementar as extorsões.
Casos
Entre os casos, as extorsões foram registradas em Viamão, Cidreira e Alvorada, respectivamente em setembro de 2021, janeiro de 2021 e fevereiro de 2021. Em uma das situações, tiros foram disparados contra a residência da vítima. Há relatos ainda da atuação do grupo criminoso em Montenegro e Soledade.
Morte
A equipe da 1ª DR identificou que um dos responsáveis pelo incêndio criminoso da banca de advogados foi morto na noite seguinte ao ato praticado. O homicídio ocorreu em Alvorada e está sendo investigado pela Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa(DPHPP) daquela cidade.
Fonte: Correio do Povo.
Foto: PC / Divulgação / CP
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