Documento sigiloso do governo americano aponta que a variante Delta é mais letal do que qualquer cepa
A variante Delta da covid-19, originária da Índia, é tão contagiosa quanto a catapora e mais letal do que qualquer cepa do Sars-Cov2 presente até o momento, segundo análise sigilosa obtida pela imprensa norte-americana produzida pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão do governo dos Estados Unidos que é referência mundial na área da saúde. O parecer leva em conta diferentes estudos.
Slides de uma apresentação interna do CDC, divulgados em primeira mão pelo jornal The Washington Post na noite de quinta-feira (29) e checados pelo jornal The New York Times nesta sexta-feira (30), também apontam que a Delta é mais transmissível do que ebola, varíola e os vírus da gripe espanhola, do resfriado, da gripe comum e da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers).
Ao tentar alertar governos sobre a gravidade da Delta, o uso de máscaras e a importância de avançar a vacinação, o documento elaborado por especialistas em saúde afirma que o próximo passo é que as autoridades "reconheçam que a guerra mudou".
"Dada a maior transmissibilidade e a atual cobertura vacinal, o uso universal de máscaras é essencial", diz o documento, segundo o The New York Times.
Ainda conforme o documento, a Delta produz uma quantidade de vírus no ar 10 vezes maior do que a variante Alfa, originária do Reino Unido e também altamente contagiosa, reporta a imprensa norte-americana.
Apesar da constatação de maior transmissibilidade e letalidade da Delta, o CDC destaca que as vacinas garantem alta proteção contra hospitalizações e mortes.
Um detalhe específico é destacado pelo órgão: infecções pela Delta são mais raras em pessoas vacinadas. Mas, quando isso ocorre, a transmissão do vírus é tão alta quando nos níveis de pessoas não imunizadas.
O alerta, portanto, recai sobre os riscos de a Delta causar mais hospitalizações e mortes entre não vacinados, em especial quando pessoas já imunizadas pegarem o vírus e passarem adiante. Por isso, o CDC recomenda que o governo oriente a população sobre as chances de pessoas vacinadas infectarem quem não recebeu nenhum imunizante.
O órgão sugere que usem o acessório pessoas com sistema imune deficiente mesmo em regiões com epidemia mais controlada, assim como pessoas em contato com crianças, idosos e outros indivíduos de maior vulnerabilidade.
Os Estados Unidos enfrentam dificuldades em avançar na vacinação contra a covid-19 nos últimos meses. O país é um dos berços do movimento antivacina, e a recusa de receber um imunizante é compreendida como expressão da liberdade individual.
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