Mulher é presa em condomínio de luxo por suspeita de gerenciar com o marido tráfico de maconha na Região Metropolitana
Após 10 meses de investigação, três pessoas que teriam posição de gerência do tráfico de maconha na região metropolitana de Porto Alegre foram presas no começo da tarde desta sexta-feira (30). Uma mulher de 31 anos foi detida em um condomínio de luxo em Gravataí.
Também foram alvos da ofensiva o marido dela, de 34 anos, que já estava recolhido no Presídio Central por embriaguez ao volante e antecedente por tráfico, e um segundo homem, considerado o braço direito do marido, recolhido na Penitenciária Estadual de Canoas desde dezembro de 2020.
Titular da 3ª Delegacia Investigação ao Narcotráfico (DIN), o delegado Alencar Carraro atribui ao grupo três toneladas de maconha retiradas de circulação nos últimos 12 meses ao longo de 12 apreensões. Uma delas aconteceu em dezembro do ano passado quando o vereador de Cachoeirinha Manoel D´Ávila (PV) e outros dois homens foram detidos e passaram a ser investigados pela apreensão de 600 quilos de drogas.
Na época, a polícia descobriu que um centro de distribuição de drogas funcionava em um sítio onde está sendo erguido um centro de zooterapia e equoterapia voltado ao atendimento crianças com síndrome de Down, autistas, pessoas com limitações físicas e idosos em Cachoeirinha. Nesse episódio, a polícia descobriu que essa quantia de droga fazia parte de uma carga de cinco toneladas.
Em maio deste ano, a Polícia Civil apreendeu uma tonelada de maconha em um sítio no município de Taquara, no Vale do Paranhana, também atribuída ao casal. A carga, avaliada em R$ 3 milhões, estava escondida em uma residência. Três pessoas foram presas.
A investigação capitaneada pelo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) apontou que aproximadamente quatro toneladas de maconha por mês seriam recebidas e distribuídas pelo casal, que comandaria o esquema a partir de um condomínio de luxo em Gravataí. Vinda Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai, a droga seria distribuída em Cachoeirinha, Viamão, Canoas, São Leopoldo, Alvorada e para determinadas áreas da Capital.
— Foi uma investigação muito complexa porque se trata de lideranças exponenciais. A grande dificuldade é chegar no patrão, o cara que realmente manda no negócio. Restringimos essa investigação na liderança e trabalhamos com muitas informações sigilosas. Considero esse um dos maiores operadores de droga do Estado — afirma o delegado.
Mesmo preso no Presídio Central, o homem gerenciava a distribuição de drogas por telefone com a ajuda da companheira. Estava preso desde abril por um flagrante de embriaguez ao volante agravado por antecedentes de tráfico e tráfico internacional. Agora, está recolhido com prisão preventiva.
A mulher, que tem antecedente por homicídio, tinha uma loja de roupas que seria fachada para os negócios do tráfico. O trio será indiciado por tráfico e associação para o tráfico e é investigado em outros inquéritos do Denarc que verificam os crimes de organização criminosa armada, posse ilegal de arma de fogo e lavagem de dinheiro.
Foi uma investigação muito complexa porque se trata de lideranças exponenciais. A grande dificuldade é chegar no patrão, o cara que realmente manda no negócio.
ALENCAR CARRARO
Titular da 3ª Delegacia Investigação ao Narcotráfico
— O casal vivia com ostentação, com diversos carros de luxo, usando joias e roupas caras — afirma o delegado.
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