O presidente Jair Bolsonaro se filiou ao PL (Partido Liberal), nesta terça-feira (30), em cerimônia em Brasília. A filiação consolida a aliança do chefe do Executivo com o Centrão, espectro político conhecido por se aliar ao poder, para as eleições de 2022. O governo já estava aliado com as legendas de centro, sendo hoje sua base no Congresso Nacional. O vínculo com a sigla também antecipa a disputa política do próximo ano, quando Bolsonaro tentará a reeleição.
"Seja bem-vindo ao PL. Seja bem-vindo a 2022", disse o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, em discurso. Antes de falar, Bolsonaro pediu que o deputado Marcos Feliciano fizesse uma oração. O mandatário discursou dizendo que o evento marca uma passagem para que possa pleitear algo na frente.
"Estou me sentindo em casa, dentro do Congresso Nacional, tendo em vista a quantidade de parlamentares. Lembrando das lutas e momentos de embate que vivemos juntos pelo nosso país", afirmou. Bolsonaro passou 28 anos como deputado federal antes de se eleger presidente. Por um período, ele foi filiado ao PP (Partido Progressista), partido que também faz parte do Centrão. Ao deixar a legenda, e depois se candidatar à presidência, adotou o discurso de crítica ao bloco.
"Ninguém faz nada sozinho, tudo pode acontecer. O futuro a Deus pertence", disse, pontuando que ele e o PL "serão uma família". Bolsonaro agradeceu a confiança de Costa Neto e falou sobre as eleições, citando vários nomes de aliados e onde eles podem disputar o pleito de 2022. Um dos nomes citados foi do ministro da Cidadania, João Roma, para o governo da Bahia.
Outras filiações
O evento desta terça-feira marcou o ato de filiação de outros aliados políticos do presidente da República. Um deles foi o senador Flávio Bolsonaro, filho do chefe do Executivo. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, também assinou ficha de vínculo com o partido.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, que também esteve no evento, afirmou que não deve se filiar ao PL ao menos nesta terça-feira. “Não. Hoje, não”, disse o ministro ao ser perguntado pelo R7 se também ingressaria na sigla, a exemplo de Bolsonaro, sem dar detalhes sobre uma possível filiação ao partido em outra data.
A filiação do presidente inicia articulação em torno também dos seus ministros. O senador Wellington Fagundes (PL-MT) afirmou que o partido pretende filiar ao menos cinco chefes de pastas do governo Bolsonaro. Ele se referiu aos ministros Onyx, Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Marcelo Queiroga (Saúde), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Gilson Machado (Turismo).
Onyx confirmou que irá se filiar à sigla e que será candidato ao governo do estado do Rio Grande do Sul. "Está decidido", disse. Tarcísio é uma das apostas do presidente para concorrer ao governo do estado de São Paulo. A candidatura ao Palácio dos Bandeirantes foi um dos pontos de negociação para a filiação de Bolsonaro ao PL.
Fonte: R7.
Foto: Reprodução R7
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