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Com foco em conexão com a Orla e limitação aos carros, plano de mobilidade do Centro será apresentado em março

 Sob um cronograma de execução prejudicado pela pandemia, um plano de mobilidade para o Centro Histórico, em Porto Alegre, deverá ser apresentado em março do ano que vem com novas diretrizes para a circulação de pessoas e veículos na região.

Os estudos que vão sustentar esse plano estão em fase final de elaboração por uma empresa contratada, mas informações preliminares apontam que o relatório deverá priorizar a conexão com a orla do Guaíba e bairros próximos, a criação de um ambiente mais agradável e seguro aos pedestres e propor uma redução na quantidade de ônibus trafegando. O texto não vai trazer projetos detalhados, mas as linhas estratégicas a serem seguidas em futuras iniciativas.

Esse plano foi idealizado ainda em 2019, na gestão do prefeito Nelson Marchezan, mas seu andamento acabou prejudicado pela pandemia ao longo do ano passado. Agora, estão sendo finalizados estudos sobre a área, como contagem de veículos e pedestres, tempos de deslocamento e disponibilidade de vagas públicas e privadas de estacionamento, entre outros indicadores. 

Esse material vai subsidiar um plano de ação, com um esboço das estratégias a serem adotadas no Centro, que será avaliado em audiência pública nos próximos meses. Depois disso, será entregue o plano de mobilidade em si – que deverá estar de acordo com outros programas, como a nova legislação para revitalização do Centro, o plano de mobilidade de toda a Capital (também em elaboração), ao mesmo tempo em que levará em consideração futuras iniciativas, como a reurbanização do Cais Mauá.

— Melhorar a acessibilidade à orla é uma das prioridades desse plano. Outro eixo é propiciar espaços mais agradáveis, de convivência, para as pessoas — afirma o coordenador de Planejamento da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, João Paulo Cardoso Joaquim. 

O plano específico para o Centro não precisará passar por aprovação na Câmara, mas estar adequado ao projeto global para toda a cidade que, este sim, precisará do apoio dos vereadores para virar lei no ano que vem. Uma primeira versão dessa proposta de abrangência mais ampla chegou a ganhar forma em 2017, mas acabou não sendo aprovada e deu lugar a um novo trabalho que agora também se aproxima das últimas etapas. 

Depois de concluído, o relatório específico para o Centro Histórico será utilizado como referencial para a implementação de novos projetos, que podem incluir mudanças operacionais, como a reorganização de linhas de ônibus, ou obras físicas, a exemplo do eventual alargamento de calçadas para cumprir a recomendação de aprimorar o ambiente para quem circula a pé. Mas cada iniciativa futura deverá contar com detalhamento próprio antes de virar realidade. 

Joaquim observa que, embora a filosofia que move o novo conjunto de diretrizes seja melhorar o ambiente para pedestres, não deve haver restrição completa ao acesso de carros, apenas a imposição de certos limites. 

— A ideia não é tirar o automóvel das ruas do Centro, mas fazer com que o carro não tenha prioridade de circulação em alta velocidade. Da mesma forma, não existe a possibilidade de tirar completamente os ônibus da área central, mas podemos ter menos ônibus com um melhor atendimento. Em vez de ter 40 linhas que chegam com cinco pessoas cada uma, podemos ter 10 linhas com os ônibus melhor ocupados — exemplifica o coordenador de Planejamento. 

Em dezembro, deverão ser entregues os últimos estudos sobre a estrutura e os deslocamentos. Em seguida, será redigido o plano de ação para análise em audiência pública e, depois disso, espera-se a conclusão do novo manual para intervenções no setor de mobilidade no coração da Capital.

Eixos do plano de mobilidade

  • Prioridade à integração do Centro com a orla e regiões próximas, como 4º Distrito e Cidade Baixa
  • Estímulo à criação de espaços de convivência na zona central, em acordo com o projeto de revitalização do Centro Histórico
  • Busca por melhores condições de circulação e conforto para pedestres, com possíveis iniciativas como ampliação de calçadas em determinados pontos
  • Priorização de transporte público e outras formas de deslocamento em detrimento do uso de carros
  • Limites à circulação de carros em alta velocidade nas vias centrais, mas sem impedir o acesso de veículos particulares
  • Racionalização das linhas de ônibus com intenção de reduzir o número de veículos em circulação
  • Fonte: GZH
  • Lauro Alves / Agencia RBS

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