Adolescente é investigado por suspeita de matar e torturar cachorro em transmissão pela internet em Lindolfo Collor
A Polícia Civil investiga a tortura e morte de um cachorro transmitida pela internet, na sexta-feira (24), véspera de Natal, por um adolescente de 17 anos, em Lindolfo Collor, cidade de cerca de 6 mil habitantes a 55 km de Porto Alegre.
De acordo com a delegada Raquel Peixoto, ele deve se apresentar junto ao advogado constituído, nesta terça-feira (28), na delegacia de Ivoti. Porém, já admitiu informalmente a autoria dos maus-tratos.
"O ato em si não tem nem o que falar. É de uma crueldade muito grande. Foram duas ou três vezes para conseguir ver até o final. Ele estrangulou, bateu com o martelo, até chegar ao esquartejamento", descreve a delegada.
No vídeo de aproximadamente 2min45seg, que circula nas redes sociais, aparecem imagens do estrangulamento e esquartejamento do animal. Conforme a delegada, a polícia chegou ao jovem após denúncias anônimas.
No sábado (25), foi autorizada a busca e apreensão na casa do adolescente, que informou ainda ter jogado o corpo do animal em um rio próximo à residência onde cometeu o crime. "Ele confessou informalmente e foram apreendidos o martelo usado, a faca, o celular e vários objetos utilizados na live", diz Raquel.
Desde o ano passado, a punição por maus-tratos aos animais foi aumentada de dois a cinco anos de reclusão. No entanto, por se tratar de menor de idade, a punição, neste caso, é com medidas socioeducativas.
Riscos nas redes sociais
A ação foi transmitida pelo aplicativo Discord, uma plataforma de comunicação popular entre praticantes de eSports. A polícia apura ainda se, entre os cerca de 30 espectadores, houve incentivo à prática.
A Discord informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "tem uma política de tolerância zero contra o compartilhamento de imagens de crueldade contra animais".
"Quando tomado conhecimento deste tipo de atividade, medidas são tomadas imediatamente, incluindo banir usuários, desligar servidores e se engajar com as autoridades policiais quando necessário", informou a empresa. Até a publicação da reportagem, porém, o perfil do usuário permanecia no ar.
O psiquiatra Nélio Tombini alerta para os cuidados com as redes sociais pelos pais e responsáveis de crianças e adolescentes. Para ele, o estímulo de amigos e até usuários anônimos pode incentivar a uma prática que, em seu íntimo, o adolescente não faria.
"A rede social habilita a violência. A gente não mostra a cara, não está presente. É como se fosse um espaço onde a gente larga as coisas e se dissolvem. Esse é o perigo das redes sociais: nos juntamos e mostramos nosso pior", diz.
Fonte: G1.
Foto: Reprodução
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