As desonerações tarifárias serão as balizadoras para definir o novo valor da tarifa de ônibus em Porto Alegre. A avaliação é do Engenheiro de Transportes da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP POA), Antônio Augusto Lovato. Para ele, é difícil prever o valor por conta das características particulares do reajuste deste ano em comparação com os anos anteriores.
“A Câmara de Vereadores aprovou uma série de medidas. E tem mais essa questão dos cobradores, mais essa do subsídio, que talvez a prefeitura sinalize com algum valor, e com isso vai ter abatimento do valor da passagem. Isso falando em tarifa técnica. E também não sabemos qual a tarifa pública que será definida pelo prefeito, visto que no ano passado ele definiu. É uma decisão única e exclusivamente dele”, explicou.
Sobre a revisão solicitada neste ano ao município, o engenheiro disse que ela se deu com base no aumento de 50% do combustível, além dos salários dos motoristas, cobradores e demais funcionários, que tiveram valorização de 10%.
Um cálculo prévio elaborado pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), após o pedido de reajuste feito pelas empresas, apontou que a passagem de ônibus em Porto Alegre pode subir dos atuais R$ 4,80 para R$ 6,65, se levados em conta apenas os custos dos prestadores. Sobre esse valor, o prefeito Sebastião Melo já indicou que não trabalha com esse patamar.
Em relação à possibilidade da retirada gradual de cobradores de algumas linhas – lei regulamentada na última quarta-feira -, Lovato afirmou que as concessionárias devem dar início a essa medida a partir de fevereiro. Conforme a EPTC publicou na última sexta, 14 linhas já podem encaminhar solicitações prévias ao órgão.
Nesta segunda, uma reunião com a presença de representantes da ATP, sindicatos e a prefeitura de Porto Alegre vai discutir um rol de cursos de qualificação para serem ofertados aos cobradores. “Grande parte dos cobradores vão se dirigir para cursos de motoristas, se for a vontade deles. Existirão outros cursos oferecidos pelo Senai, direcionados a funções internas pelas empresas, como chapeação, manutenção e mecânico de pista, principalmente. Também há previsão de cursos para outras funções com objetivo de direcioná-los a outras postos de trabalho”, pontuou.
A publicação, em edição extra do Diário Oficial de Porto Alegre, do decreto que cria o programa de extinção gradativa da função de cobrador de ônibus gerou revolta entre os trabalhadores, na última sexta. A principal crítica da categoria era o fato do texto ter sido publicado sem detalhar um cronograma de cursos de qualificação, para que os profissionais possam seguir no mercado de trabalho.
Fonte: Correio do Povo
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