— Estamos coletando imagens dos locais onde ele pode ter ido nas horas antes do crime —explica a diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Vanessa Pitrez. O policial, que segundo nota divulgada pela própria BM, estava afastado da função em razão de dependência química, não residia nas proximidades de onde aconteceu o fato. A polícia já sabe que ele costumava frequentar um estabelecimento comercial próximo e suspeita que ele pudesse adquirir entorpecentes também naquela região.
Um dos pontos onde se sabe que Gnoatto esteve horas antes do crime foi a orla do Guaíba. A prefeitura da Capital confirmou ainda no sábado que o soldado chegou a ser abordado por agentes da Guarda Municipal e da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) durante a Operação Esforço Concentrado. Ele estava parado do lado de fora do veículo, próximo da formação da barreira, na Orla, o que despertou a atenção dos agentes. Ao ser abordado, o PM disse que havia um problema com o carro e que o motorista tinha deixado o local.
Mais tarde, um condutor se apresentou no local, fez o teste do etilômetro, e foi liberado para deixar o local. Esse motorista deverá ser ouvido pela investigação, assim como outras pessoas ligadas ao PM. A polícia também segue na procura por câmeras de segurança da região que possam ter registrado a ação dos criminosos.
— Estamos conversando com pessoas que tiveram contato com ele, familiares e outras pessoas que conheciam — diz a delegada.
No carro, além da vítima, estava um cão buldogue, que pertencia ao policial militar. Gnoatto era natural de São Carlos, em Santa Catarina, onde serão realizados os atos fúnebres. O corpo dele deve chegar ao município no início da tarde deste domingo para o velório e o enterro será realizado no Cemitério Municipal de São Carlos às 16h30min deste domingo.
Possível vínculo com duplo homicídio
A investigação apura ainda possível vínculo entre o assassinato do PM e um duplo homicídio vinculado ao tráfico de drogas, ocorrido no fim da semana passada na zona leste de Porto Alegre. A polícia não detalha os motivos que levam à suspeita de vínculo entre os casos, mas confirma que essa possibilidade é uma das hipóteses em apuração.
O crime aconteceu na madrugada da última quinta-feira (27), no Campo da Tuca. Dois homens foram executados na esquina da Rua D com a Avenida Veiga, por volta das 5h. O local fica a 7,5 quilômetros de onde o PM foi morto. Um dos corpos foi encontrado caído na esquina com a Rua A, e outro bem ao lado de um campo de futebol da região.
As vítimas foram identificadas como Anderson Felipe Rosa da Silva, 27 anos, e Felipe Souza Pereira, 26. Testemunhas relatam que um veículo passou e os ocupantes atiraram repetidas vezes contra a dupla. Teriam sido usados na ação pelo menos uma pistola de calibre 9 milímetros e um fuzil 556.
O que disse a BM
A corporação se manifestou por meio de nota, ainda durante o sábado:
"A Brigada Militar por meio do 1° Batalhão de Polícia Militar (1° BPM), esclarece que o policial militar, morto na manhã deste sábado 29 de janeiro de 2022, possuía cinco anos de serviço, estava afastado de suas funções devido a dependência química e já havia sido prescrita a sua internação. A Brigada Militar está colaborando com a Polícia Civil nas investigações do homicídio."
Fonte: GZH.
Foto: Tiago Bittencourt
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