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Mulher é presa em Viamão por suspeita de mandar matar o marido para receber dinheiro do seguro de vida

 A polícia prendeu, na manhã desta quinta-feira (27), a companheira de um homem que foi assassinado dentro de casa no bairro Planalto, em Viamão, há sete meses. A mulher, de 41 anos, e o filho dela são suspeitos de ter articulado a execução de Alex Fabiano Bueno Maciel, 48 anos, para receber o dinheiro do seguro de vida e a indenização de uma ação trabalhista que ele estava por receber.

GZH apurou que os investigados são Patricia Goulart da Silva, a companheira da vítima, presa preventivamente em casa, e Eduardo Silva de Souza, o enteado de Maciel, que já cumpre pena no Presídio Central por tráfico de drogas e receptação. 

À polícia, Patricia disse que não sabia que Maciel seria morto. Segundo o depoimento, ela acreditava que estava ajudando a forjar um assalto à própria residência, que foi planejado pelo filho dela — que ainda não foi ouvido.

O suspeito de ter intermediado a negociação com o enteado está preso por outro crime, e um dos homens apontados como executores foi morto em assalto a um posto de combustíveis. O outro, Ronaldo Conceição dos Santos, já está recolhido no Presídio Central desde o ano passado.

A investigação teve como ponto de partida uma denúncia anônima: a polícia acessou um áudio de WhatsApp em que Santos se gabava de ter matado Maciel.

— Quando foi preso, apreendemos o celular e vimos que o áudio que estava circulando no WhatsApp estava no telefone dele — diz a delegada Caroline Barbosa Jacobs, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Viamão.

No celular, também havia uma foto da vítima, para o autor reconhecer quem deveria executar. O resultado da perícia confirmou que a arma apreendida com o executor foi a utilizada no crime.  

Em um primeiro momento, o caso foi tratado pela polícia como latrocínio (roubo com morte) — após atirarem em Maciel, os criminosos fugiram com um celular, uma caixa de som grande e outros objetos. Mas, após a prisão de um dos executores, foi possível chegar aos mandantes do crime, segundo a delegada.

crime ocorreu por volta das 2h da madrugada do dia 14 de junho, quando estavam em casa apenas Maciel, Patricia e o filho de 15 anos do casal. De acordo com a investigação da polícia, a mulher deixou a porta de casa aberta para facilitar a entrada dos criminosos, como havia sido previamente combinado com o intermediador. Mas, quando os dois homens pularam o muro, a vítima se levantou e teve tempo de trancar a porta da entrada.

Os executores arrombaram a porta e entraram em luta corporal com o morador. Durante a briga, a arma de Ronaldo dos Santos caiu no chão, mas ele se desvencilhou e conseguiu reavê-la. Enquanto um deles ficou com Patricia e o filho em um quarto, o outro atirou em Maciel.

A vítima trabalhava em uma empresa de instalação de internet em Viamão. A companheira não trabalhava, segundo a polícia, e também não tinha antecedentes criminais. Mas o enteado era motivo de discórdia.

— A vítima não concordava com a vida de crimes que ele levava — diz a delegada Caroline.

A polícia não sabe informa o valor, nem se a companheira teve acesso ao seguro de vida de Maciel, que tinha a colocado como beneficiária. Mas aponta que, nos últimos meses, ela quitou o carro de R$ 40 mil do casal.

GZH buscou contato com as defesas para contraponto, mas, de acordo com o Tribunal de Justiça, Patricia Goulart da Silva e Eduardo Silva de Souza ainda não têm advogado nos autos do processo. Ronaldo Conceição dos Santos está sendo atendido pela Defensoria Pública por porte de arma de fogo - ainda não consta no sistema a suspeita de homicídio.

Fonte: GZH

Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS


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