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Vice-governador do RS diz que Gre-Nal pode ser realizado sem público, mas destaca: "Me parece que não é a solução"

 O vice-governador e secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior, convocou uma entrevista coletiva para a noite deste sábado (26) para comentar o ataque ao ônibus do Grêmio antes do Gre-Nal, que seria realizado às 19h no Beira-Rio, pelo Gauchão. De acordo com ele, o clássico poderá ser realizado sem a presença de público ou com torcida única em nova data, embora não seja esta a sua vontade.

— Tudo é possível neste momento. Torcida única, jogo sem torcida é possível também. Mas é importante refletirmos que, se não pudermos fazer um jogo, um clássico, com as duas torcidas, parece que estamos admitindo que chegamos ao fim do poço mesmo. Isso vai fazer parte desta discussão. Me parece que não é por aí a solução — destacou o vice-governador.

Em entrevista coletiva, também na noite deste sábado, o presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Luciano Hocsman, também falou sobre a possibilidade de torcida única do Gre-Nal. 

— A partir do momento em que nós adotarmos a medida de fecharmos os portões, não pela questão da pandemia, ou termos que tomar a decisão de torcida única, estamos caminhando para a falência da sociedade. E temo que o recado seja mais desfavorável do que favorável. Mas isso não passa pela Federação, tampouco pelos clubes que detêm o mando de campo. A segurança pública é que tem que nos passar isso. Esse tema é recorrente. Chegou um dado momento em que se entendeu que seria mais saudável fazer torcida mista. Mas esta é uma orientação que, quem tem capacidade de dar para os próximos Gre-Nais são os órgãos de segurança — explicou o presidente da FGF. 

Escolta ao ônibus do Grêmio

Questionado sobre o trabalho da Brigada Militar na escolta ao ônibus que levava a delegação gremista ao jogo, o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior afirma que não houve falha na segurança. Ele citou, inclusive, os atentados ao ex-presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy e ao Papa João Paulo II para justificar que, apesar da escolta, é possível que haja ataques.

— Não vejo qualquer falha na segurança. Pelo contrário. Estavam sendo escoltados. Tivemos presidente americano que teve a vida ceifada. Imagina a segurança que ele tem. Papa foi vítima de agressão também. Isso faz parte desse momento. Essa escolta tem toda uma técnica, uma vez feita a agressão a escolta não se responsabiliza pela condução, prisão das pessoas. A escolta deve seguir. Não tenho dúvida de que a segurança estava estabelecida — ressaltou.

Ao todo, conforme Ranolfo Vieira Júnior, cerca de 600 pessoas estavam envolvidas na segurança pública do clássico. Ele salientou, inclusive, o trabalho feito pelas polícias ao prenderem dois suspeitos de arremessarem os objetos contra o ônibus, que feriram atletas do Grêmio.

— Também quero aqui dividir que, há cerca de cinco minutos, o comandante Feoli (Claudio dos Santos Feoli, comandante-geral da Brigada Militar) me informou que já estão detidos os autores deste fato. Dois indivíduos já identificados. Ele me disse que quase 100% de certeza de que sejam os autores, pelas imagens que viram, características, roupas. Mais uma demonstração do funcionamento da segurança público do nosso Estado — disse.

Por fim, o vice-governador manifestou solidariedade a Mathias Villasanti, volante paraguaio do Grêmio que sofreu um traumatismo craniano devido ao atentado:

— Quero referendar a nossa preocupação, a nossa solidariedade ao jogador e aos seus familiares. Não pode acontecer uma situação desta natureza. Temos de avançar em relação a isso. Ressalto a importância da prisão, detenção, identificação dos agressores. Agora vamos tomar as providências legais. O Estado está e estará presente neste processo de elucidação desse lamentável e triste episódio.

Fonte: GZH

Foto: Marco Favero / Agencia RBS


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