Pular para o conteúdo principal

Tarifa de táxi e lotação não sobe em Porto Alegre

Pelo menos por enquanto, a população não vai pagar mais caro para se deslocar de lotação ou de táxi. A tarifa dos dois sistemas de transporte ainda não subiu em Porto Alegre. Com a manutenção do preço em R$ 4,80 da passagem de ônibus da Capital para o usuário mediante aporte de recursos públicos repassados pela Prefeitura às empresas de transporte, a Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre (ATL) se reuniu na tarde de sexta-feira, 22, com representantes da prefeitura para pedir auxílio semelhante.

Na pauta de reivindicações, está o pedido de celeridade para a  votação do projeto que tramita na Câmara de Vereadores desde janeiro,  propondo a alteração do percentual que incide sobre o preço da passagem de ônibus usado para definir a tarifa da lotação.  No mesmo mote, o Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi) passa por um impasse interno da categoria, dividindo os apoiadores do reajuste e os contrários ao aumento da tarifa, que não sobe há seis anos.

O preço da lotação está atrelado ao mínimo de 1,4% ao máximo de 1,5% sobre o preço da passagem de ônibus, percentual que a categoria quer mudar para o mínimo de 1,2% e sem limite de percentual máximo. O presidente da entidade, Magnus Aurelio Isse, disse que essa alteração evita perdas para a categoria, pois consegue equalizar a tarifa independente da prefeitura aportar ou não recursos para a passagem desse transporte coletivo. “O apoio que a prefeitura está dando ao ônibus está tornando difícil a continuidade da lotação”, mensurou.

A secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU) vem dialogando com a Associação dos Transportadores de Passageiros por lotação de Porto Alegre (ATL), para a construção de soluções a curto e médio prazo. A partir deste diálogo com a entidade, uma das medidas tomadas pela administração municipal foi o envio para a câmara do projeto de lei que prevê a isenção do ISSQN para as lotações pelos próximos dois anos. Atualmente o imposto cobrado é de 2,5% ao ano. “Essa solicitação é feita desde 2013”, reforçou o presidente da ATL.  A SNMU ainda acrescentou que outras solicitações feitas pelas empresas, em relação aos valores da tarifa, também, estão em avaliação no âmbito do município de Porto Alegre.

Isse reiterou que o problema não é consequência dos atos da atual gestão, mas que acabou “caindo no colo” do prefeito Sebastião Melo. “Para ter uma ideia, caiu de 400 para 230 o número de lotações circulando, já que muitos proprietários venderam as permissões e outros optaram por deixar o veículo parado”, disse. O dirigente enfatizou que perdeu cerca de 40% do número de usuários no período de pandemia, parcela que impactou no prejuízo, acentuado pela alta do diesel, que está em torno de R$ 6,30 o litro nos postos de combustível. “Uma lotação como a linha Restinga gasta 100 litros por dia, valor que temos que tirar com uma média de 100 usuários só para não ficar no prejuízo”, explicou.

Táxi

O presidente do Sintáxi, Luiz Nozari, relatou situação semelhante à lotação, explicando que está na Câmara de Vereadores um projeto para mudar a lei que exige assembleia presencial para decidir por reajustes da categoria, permitindo uma assembleia virtual, o que evitaria despesas para reunir os 3,7 mil permissionários, que são donos das placas, que podem dirigir ou terceirizar a condução do veículo. “A categoria está dividida, pois o momento é de recuperação das perdas da pandemia e muitos acham que o movimento melhorou pela defasagem do preço e pelo aumento dos aplicativos de transporte”, ressaltou.

Além disso, Nozari disse que por meio dessa assembleia, a categoria teria liberdade para propor reajustes, que seriam calculados para chegar a uma média ponderada. Atualmente, Atualmente, a bandeirada inicial é de R$ 5,18, e o valor cobrado por quilômetro rodado em bandeira 1 é de R$ 2,59 e em bandeira 2 (das 20h às 6h, sábados a partir das 15h, domingos e feriados) é de R$ 3,36.

Taís Teixeira.

Guaíba/Correio do Povo.

Foto: Mauro Schaefer

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Pelo menos 1,4 milhão de brasileiros deixam de sacar o auxílio emergencial e perdem o dinheiro

  Pelo menos 1,4 milhão de pessoas que receberam o auxílio emergencial não movimentaram o benefício depositado em suas contas digitais dentro do prazo determinado pelo decreto que regulamentou o recurso. Com isso, segundo o Ministério da Cidadania, até o momento, R$ 1,3 bilhão deixaram de ser utilizados e foram devolvidos aos cofres da União. Conforme a Caixa, os valores creditados na conta poupança digital e não movimentados no prazo de 90 dias, no caso do auxílio emergencial, ou 270 dias, no caso do auxílio emergencial extensão, são devolvidos à União. Para o público que faz parte do Programa Bolsa Família, as parcelas têm validade de 270 dias. O governo federal já encerrou o programa, que começou em abril e beneficiou 67,9 milhões de pessoas, com R$ 294 bilhões, principalmente trabalhadores informais e população de baixa renda, para minimizar os efeitos da pandemia de coronavírus. Mesmo com o fim do auxílio emergencial, a Caixa informou que manterá as contas digitais, “considerando

Começa o pagamento do calendário 2021 do programa Bolsa Família

  Começou nesta segunda-feira (18) o pagamento do Bolsa Família para beneficiários com NIS (Número de Identificação Social) de final 1. Neste mês, o pagamento vai até o dia 29. Mais de 14 milhões de famílias estão inscritas no programa. Para saber em que dia o benefício ficará disponível para saque ou crédito em conta bancária, a família deve observar o último dígito do NIS, impresso no cartão de cada titular. Para cada final do NIS, há uma data correspondente por mês. Se o NIS do titular termina com o número 1, em janeiro, por exemplo, os pagamentos começam no dia 18. Os depósitos ocorrem sempre nos dez últimos dias úteis de cada mês. As parcelas mensais ficam disponíveis para saque durante 90 dias após a data indicada no calendário. Os beneficiários podem conferir no extrato de pagamento a “Mensagem Bolsa Família”, com o valor do benefício. A Caixa Econômica Federal, operadora do programa, já iniciou a identificação com cartazes dos locais em que o benefício poderá ser sacado, como a

Justiça gaúcha reconhece união estável paralela ao casamento

  O TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) atendeu parcialmente a um recurso e reconheceu a união estável concomitante ao casamento. A decisão da 8ª Câmara Cível também admite a partilha dos bens eventualmente adquiridos durante a relação extraconjugal, o que deverá ser buscado em outra ação judicial. O apelo ao TJ-RS foi movido por uma mulher que se relacionou por mais de 14 anos com o parceiro, enquanto ele mantinha-se legalmente casado, até o homem morrer, em 2011. Ela contou que os dois moraram juntos em algumas cidades do Rio Grande do Sul e no Paraná. O reconhecimento da união estável em paralelo ao casamento é incomum. O Código Civil, por exemplo, estabelece como exceção apenas quando a pessoa é separada de fato ou judicialmente. O desembargador José Antônio Daltoé Cezar conluiu que a esposa sabia que o marido tinha essa relação fora do matrimônio. Essa peculiaridade fez diferença na decisão. Conforme o desembargador, uma vez comprovada a relação extraconjugal “duradou