Em abril de 2021, a empresa tentou remover os animais, mas foi impedida pelos trabalhadores do local. “Impedimos elas de serem levadas por um caminhão de lixo que veio fazer a coleta seletiva no complexo da Sertório, por ordem da atual gestão regional”, lembra Juliano Dutra, agente administrativo. Depois deste episódio, alguns dos servidores ajuizaram uma ação pública pedindo a manutenção das cadelas e a proibição de sua remoção.
A ação foi concedida em liminar da Justiça Federal, ainda no ano passado, e, em fevereiro deste ano, o processo foi sentenciado. A ação foi julgada procedente e a remoção foi proibida de forma definitiva. “Ao longo do processo, a gente juntou mais de 40 declarações de funcionários que confirmam que elas vivem lá há dez anos. E que são animais comunitários, cuidados com muito amor e carinho por todos os servidores”, conta o advogado Rogério Rammê, que atua no caso.
As cachorras se enquadram em uma lei estadual de 2019, que dispõe sobre os chamados “animais comunitários”, que, de acordo com o documento, estabelecem com a comunidade em que vivem laços de dependência e de manutenção, ainda que não possuam responsável único e definido.
Os animais têm casinhas e caminhas, além de receberem comida e atenção veterinária dos servidores. Pretinha, inclusive, passou os últimos dias em uma clínica veterinária, se recuperando de uma cirurgia. “Elas são muito importantes para aqueles que cuidam e tratam delas. Pois, mesmo num ambiente de trabalho os animais acabam trazendo uma coisa boa para nós. Deixam o ambiente mais leve e alegre”, afirma Dutra.
As cachorras estão a mais de dez anos no local e, de acordo com o agente administrativo, nunca houve problemas com elas até a troca da superintendência regional da empresa. “Houve uma mudança de gestores e a partir disso começaram a movimentar uma remoção das cadelas. Sem que ninguém soubesse”, relata Dutra. As cadelas, que já são consideradas idosas, têm em torno de 12 anos de idade. A expectativa de vida média de um cachorro é de 13 anos.
Fonte: Correio do Povo.
Foto: Mauro Schaefer
Comentários
Postar um comentário