A taxa de desemprego no Brasil manteve a trajetória de queda iniciada na última metade do ano passado e recuou a 8,9% no trimestre encerrado em agosto. O percentual é o menor desde o trimestre terminado em dezembro de 2015, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o recuo de 0,9 ponto percentual da taxa de desocupação, a quantidade de profissionais fora da força de trabalho equivale a 9,7 milhões de pessoas. O valor ocorre após um recuo de 8,8% (menos 937 mil pessoas) no número de desocupados no trimestre e 30,1% (menos 4,2 milhões) no ano.
No período compreendido entre os meses de junho e agosto, o contingente de pessoas ocupadas foi de 99 milhões, um novo recorde na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios(PNAD Contínua), iniciada em 2012.
O percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar foi estimado em 57,1%, um crescimento em comparação com o trimestre anterior (de 56,4%) e acima do mesmo período do ano passado (53,4%). Para Adriana Beringuy, coordenadora da PNAD, os dados comprovam a recuperação do mercado de trabalho.
A pesquisa mostra ainda que o número de empregados sem carteira assinada no setor privado, de 13,2 milhões de pessoas, é o maior da série histórica, iniciada em 2012, com crescimento de 2,8% no trimestre (mais 355 mil pessoas) e de 16% (1,8 milhão de pessoas) no acumulado de 2022. Por outro lado, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado cresceu 1,1% e chegou a 36 milhões.
Já a quantidade de trabalhadores por conta própria foi de 25,9 milhões de pessoas, o que representa uma estabilidade na comparação com os três meses anteriores, enquanto o número de empregados no setor público cresceu 4,1% e chegou a 12,1 milhões. Outros 4,3 milhões (3,8%) desistiram de procurar por uma colocação, o que representa uma estabilidade.
O número de trabalhadores domésticos (5,9 milhões de pessoas) permaneceu estável ante o trimestre anterior e subiu 10,5% (mais 557 mil pessoas) no ano. Já o número de empregadores (4,3 milhões de pessoas) manteve-se estável em comparação com o trimestre anterior e subiu 15,1% (565 mil pessoas) no ano.
Informalidade
A taxa de informalidade foi 39,7% da população ocupada, contra 40,1% no trimestre anterior e 40,6% no mesmo trimestre de 2021. O número de trabalhadores informais chegou a 39,3 milhões.
O rendimento real habitual (R$ 2.713) cresceu 3,1% em relação ao trimestre anterior e ficou estável na comparação anual. A massa de rendimento real habitual (R$ 263,5 bilhões) cresceu 4,7% frente ao trimestre anterior e 7,7% na comparação anual.
No trimestre móvel de junho a agosto de 2022, a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) foi estimada em 108,7 milhões de pessoas, com alta de 0,5% (560 mil pessoas) frente ao trimestre de março a maio de 2022 e de 2,9% (3,1 milhões de pessoas) ante o mesmo trimestre de 2021. Foi o maior contingente na força de trabalho da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
Frente ao trimestre móvel anterior, houve aumento nos seguintes grupamentos de atividades: Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,0%, ou mais 566 mil pessoas), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,9%, ou mais 488 mil pessoas) e Outros serviços (4,1%, ou mais 211 mil pessoas). Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa.
Fonte: Correio do Povo.
Foto: Alina Souza / CP Me
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