O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) determinou que seja prorrogado por mais seis meses o afastamento do prefeito de Canoas (Região Metropolitana), Jairo Jorge (PSD). A solicitação partiu do Ministério Público gaúcho (MP-RS), que denunciou o político e outras 16 pessoas – incluindo agentes públicos e empresários – por uma série de crimes supostamente cometidos em 2020 e 2021.
As acusações contra o grupo abrangem corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, peculato e falsidade ideológica, relacionadas a dispensa de licitação em contratos de limpeza e outros serviços terceirizados. Por conta desse processo, no dia 31 de março o chefe do Executivo municipal foi afastado do cargo por 180 dias, prazo agora prorrogado por igual período.
Na nova decisão, proferida nesta segunda-feira (26), a desembargadora Gisele Anne Vieira Azambuja sublinha: “A prorrogação do prazo de suspensão do exercício das funções públicas se afigura imperiosa. Além dos aspectos já apurados, há novos elementos em decorrência das medidas de busca e apreensão, bem como das quebras de sigilo bancário que reforçam as teses acusatórias”.
O procurador-geral de Justiça, Marcelo Lemos Dornelles, também se manifestou: “Estávamos aguardando com tranquilidade a decisão relativa à prorrogação do afastamento do prefeito Jairo Jorge, tendo em vista a robustez das provas, as técnicas utilizadas e a seriedade da investigação por parte do Ministério Público do Rio Grande do Sul”.
Investigação
A operação que no final de março afastou Jairo Jorge se estendeu um assessor direto do gabinete do prefeito, dois secretários (Saúde e Planejamento e Gestão) e outros dois servidores. Na ocasião, foram cumpridas dezenas de ordens judiciais contra pessoas físicas e jurídicas dentro e fora do Estado – sete empresas foram proibidas de contratar com o Poder Público.
Dentre os endereços visitados pela força-tarefa estiveram a sede do Executivo e o apartamento de Jairo Jorge. “O Executivo canoense passou a ser comandado por uma organização criminosa composta por um núcleo empresarial e outro político, que assumiu a prefeitura, tendo por objetivo desviar dinheiro público”, frisou então o MP-RS.
Ainda conforme a Promotoria, na mira estavam contratos fraudulentos que somam R$ 66,7 milhões. A lista inclui a gestão do Hospital de Pronto Socorro de Canoas, prestação de atendimentos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a contratação de serviços de limpeza e copeiragem, todos direcionados para escolha de licitantes previamente definidos.
Fonte: O Sul.
(Foto: Arquivo/Prefeitura de Canoas)
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