O Papa emérito Bento XVI morreu aos 95 anos neste sábado (31), anunciou o Vaticano.
Ratzinger nasceu em 16 de abril de 1927 na cidade de Marktl, mas passou boa parte da infância e adolescência em Traunstein, perto da fronteira com a Áustria.
De família humilde e o mais novo de três irmãos, entrou para o seminário aos 12 anos e era fluente em diversas línguas, entre elas grego e latim. Mais tarde, fez doutorado em teologia na Universidade de Munique.
Ele foi escolhido papa no dia 19 de abril de 2005, após a morte de João Paulo 2°, no mesmo ano.
Ortodoxo, Ratzinger era conhecido por transitar entre os conservadores com mais facilidade e um dos favoritos para a sucessão papal, mesmo não sendo oficialmente a sua vontade.
São Bento também é o padroeiro da Europa e fundador da Ordem Beneditina.
Bento XVI, no entanto, também viria a ser o primeiro papa a renunciar em 600 anos, após a Igreja Católica se tornar alvo de escândalos envolvendo acusações de corrupção e pedofilia.
Infância em meio ao nazismo na Alemanha
Em um período de ascensão do regime nazista na Alemanha, Ratzinger optou por focar na igreja e em seus ensinamentos como forma de proteção ao movimento.
Mesmo com a decisão, e com o pai também se opondo ao regime de Adolf Hitler, Ratzinger entrou obrigatoriamente para a força auxiliar do Exército em 1941, mesma época em que integrou o seminário preparatório, aos 14 anos.
Já no final da Segunda Guerra Mundial, foi convocado para ajudar nos serviços antiaéreos.
Entre idas e vindas das convocações para o serviço militar, desertou no ano de 1945 após ser capturado por soldados norte-americanos e ficar preso por meses.
Ratzinger, então, decidiu voltar para o seminário, e a sua ordenação saiu em junho de 1951.
Com a batina, o novo padre seguiu nos estudos em teologia e na carreira acadêmica em diversas instituições de ensino europeias, lecionando nas universidades de Bonn e de Muester e ocupando o cargo de vice-reitor na Universidade de Regensburg.
Conhecido por suas profundas reflexões no universo teológico, Bento XVI tem publicações, em diversos formatos, que são conhecidas mundialmente.
As obras “Dogma e Revelação” e “Introdução ao Cristianismo”, por exemplo, são referências universitárias para quem deseja compreender melhor a teologia.
Trajetória na Igreja Católica
Devido ao seu conhecimento acadêmico e científico, o futuro papa contribuía de forma significativa para a Igreja Católica.
Em 1977, foi nomeado arcebispo de Munique e Freising e a sua sagração episcopal foi oficializada no ano seguinte. Tornou-se o primeiro padre diocesano a assumir a arquidiocese da Baviera.
No mesmo ano foi nomeado cardeal e participou de conclaves que elegeram João Paulo 1° e João Paulo 2°.
Este último o ordenou prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé – o antigo Tribunal da Inquisição, que ficou conhecido historicamente por perseguir e punir quem se desviava das condutas impostas pela Igreja.
Em 1982, Ratzinger renunciou ao governo pastoral da arquidiocese de Munique.
Papa emérito Bento XVI morre aos 95 anos
Alemão Joseph Ratzinger foi escolhido papa no dia 19 de abril de 2005, após a morte de João Paulo 2°, no mesmo ano
O Papa emérito Bento XVI morreu aos 95 anos neste sábado (31), anunciou o Vaticano.
Ratzinger nasceu em 16 de abril de 1927 na cidade de Marktl, mas passou boa parte da infância e adolescência em Traunstein, perto da fronteira com a Áustria.
De família humilde e o mais novo de três irmãos, entrou para o seminário aos 12 anos e era fluente em diversas línguas, entre elas grego e latim. Mais tarde, fez doutorado em teologia na Universidade de Munique.
Ele foi escolhido papa no dia 19 de abril de 2005, após a morte de João Paulo 2°, no mesmo ano.
Ortodoxo, Ratzinger era conhecido por transitar entre os conservadores com mais facilidade e um dos favoritos para a sucessão papal, mesmo não sendo oficialmente a sua vontade.
O nome adotado por ele foi o de Bento XVI. Na ata da audiência geral, publicada no site oficial do Vaticano, ele explicou as razões para a escolha.
“Quis chamar-me Bento XVI para me relacionar idealmente com o venerado pontífice Bento XV [Cardeal Giacomo della Chiesa], que guiou a Igreja num período atormentado devido à Primeira Guerra Mundial”, disse ele.
“Ele foi um profeta corajoso e autêntico de paz, e comprometeu-se com coragem infatigável primeiro para evitar o drama da guerra e depois para limitar as consequências nefastas”, completou.
São Bento também é o padroeiro da Europa e fundador da Ordem Beneditina.
Bento XVI, no entanto, também viria a ser o primeiro papa a renunciar em 600 anos, após a Igreja Católica se tornar alvo de escândalos envolvendo acusações de corrupção e pedofilia.
Infância em meio ao nazismo na Alemanha
Em um período de ascensão do regime nazista na Alemanha, Ratzinger optou por focar na igreja e em seus ensinamentos como forma de proteção ao movimento.
Mesmo com a decisão, e com o pai também se opondo ao regime de Adolf Hitler, Ratzinger entrou obrigatoriamente para a força auxiliar do Exército em 1941, mesma época em que integrou o seminário preparatório, aos 14 anos.
Já no final da Segunda Guerra Mundial, foi convocado para ajudar nos serviços antiaéreos.
Entre idas e vindas das convocações para o serviço militar, desertou no ano de 1945 após ser capturado por soldados norte-americanos e ficar preso por meses.
Ratzinger, então, decidiu voltar para o seminário, e a sua ordenação saiu em junho de 1951.
Com a batina, o novo padre seguiu nos estudos em teologia e na carreira acadêmica em diversas instituições de ensino europeias, lecionando nas universidades de Bonn e de Muester e ocupando o cargo de vice-reitor na Universidade de Regensburg.
Conhecido por suas profundas reflexões no universo teológico, Bento XVI tem publicações, em diversos formatos, que são conhecidas mundialmente.
As obras “Dogma e Revelação” e “Introdução ao Cristianismo”, por exemplo, são referências universitárias para quem deseja compreender melhor a teologia.
Trajetória na Igreja Católica
Devido ao seu conhecimento acadêmico e científico, o futuro papa contribuía de forma significativa para a Igreja Católica.
Em 1977, foi nomeado arcebispo de Munique e Freising e a sua sagração episcopal foi oficializada no ano seguinte. Tornou-se o primeiro padre diocesano a assumir a arquidiocese da Baviera.
No mesmo ano foi nomeado cardeal e participou de conclaves que elegeram João Paulo 1° e João Paulo 2°.
Este último o ordenou prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé – o antigo Tribunal da Inquisição, que ficou conhecido historicamente por perseguir e punir quem se desviava das condutas impostas pela Igreja.
Em 1982, Ratzinger renunciou ao governo pastoral da arquidiocese de Munique.
Em 1998, com a nomeação para vice-decano do Colégio Cardinalício, Ratzinger ficou ainda mais próximo do cargo de chefe de Estado do Vaticano.
Com o nome aprovado pelo Papa João Paulo 2º, sua eleição para decano foi aceita em 2002.
Eleição
Com a morte de João Paulo 2° em 2 de abril de 2005, o Colégio de Cardeais articulou para iniciar as discussões para a escolha do novo papa.
Com 1.115 cardeais, as quatro votações foram realizadas, mas apenas no fim do dia de 19 de abril a chaminé do Vaticano soltou uma fumaça branca, anunciando assim a escolha de um novo pontífice.
Ratzinger foi anunciado como novo papa e decidiu ser chamado de Bento XVI. O nome foi oficialmente anunciado em 24 de abril de 2005, em uma missa especial realizada na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Bento XVI discursou a favor de uma liderança que abraçava a todos.
“Nas suas pegadas [de Bento 15], desejo colocar o meu ministério a serviço da reconciliação e da harmonia entre os homens e os povos, profundamente convencido de que o grande bem da paz é antes de tudo dom de Deus – dom frágil e precioso que deve ser invocado, tutelado e construído dia após dia com o contributo de todos”, acrescentou durante a audiência.
Mesmo assim, suas alternativas apresentadas em discurso não foram suficientes para o pontífice se ver fora de polêmicas.
Fonte: CNN
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