Mais de 30 criminosos que aplicavam o golpe dos nudes são presos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina
A Polícia Civil gaúcha, com o apoio de agentes catarinenses, realizou nesta segunda-feira (29) a Operação Cantina para desarticular uma organização criminosa que aplicava o chamado golpe dos nudes em diversos Estados e praticava os crimes de lavagem de dinheiro, extorsão, corrupção de menores, tráfico de drogas e porte ilegal de munições e armas de fogo.
A ação ocorreu nas cidades gaúchas de Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Viamão, Tramandaí e Imbé e na capital de Santa Catarina, Florianópolis. Trinta e três criminosos foram presos.
De acordo com o delegado Rafael Liedtke, as investigações iniciaram há 11 meses com a prisão em flagrante de um indivíduo em Cachoeirinha. Com ele, foi apreendida uma pistola e um veículo Mercedes-Benz. A partir dessa prisão, foi constatada a existência de uma organização criminosa muito bem estruturada, com base nas zonas Leste e Sul de Porto Alegre e com ramificações em Santa Catarina.
Segundo o que foi apurado, um dos líderes da quadrilha, que se trata de um dos braços de uma das facções criminosas de maior atuação no RS, já esteve preso em Porto Alegre, onde exerceu a função de cantineiro da cadeia e fez diversos contatos com membros de facções.
“Uma vez em liberdade, mas em razão desses contatos, arregimentava outros criminosos, geralmente recolhidos, para ajudarem na prática do conhecido golpe dos nudes”, informou a polícia gaúcha.
O grupo entrava em contato com homens de classe média/alta por meio de perfis falsos de mulheres jovens em redes sociais. A partir de então, os bandidos iniciavam uma série extorsões, passando-se, inclusive, por delegados de polícia.
“O esquema era perfeitamente delineado, com vasto material que auxiliava na ilusão das vítimas e que era transmitido entre os criminosos. Para a produção do material, os investigados, inclusive, aliciavam adolescentes, que mandavam fotografias, áudios e vídeos sob remuneração e até mesmo sob ameaças”, disse Liedtke.
Além do RS e SC, foram identificadas dezenas vítimas do golpe nos Estados do Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná e São Paulo.
A segunda etapa do esquema era a receptação do dinheiro das extorsões por pessoas também aliciadas pela organização. Essas, posteriormente, pulverizavam o dinheiro entre laranjas, remunerados pelo grupo criminoso, até que as quantias voltassem para os responsáveis pelas extorsões. Os valores retornavam para os líderes do esquema e também eram distribuídos para outros criminosos, em sua maioria presos e que usavam do dinheiro para obter regalias nas cantinas dos estabelecimentos prisionais.
Além disso, parte do lucro da organização criminosa era direcionada ao tráfico de drogas e de armas. A operação contou com 150 policiais civis do RS e de SC e com o apoio do helicóptero da Polícia Civil gaúcha.
Fonte: O Sul.
Foto: Polícia Civil/Divulgação
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