Funcionários do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Porto Alegre decretam greve em meio a processo de privatização da Carris
Na manhã desta quinta-feira, cerca de 50 funcionários vinculados ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte de Porto Alegre (Stetpoa) se reuniram em frente aos portões da Carris, situada no bairro Partenon, em um ato que marcou a decisão de decretar greve às vésperas da abertura dos envelopes do edital de privatização da companhia, agendada para o próximo dia 2 de outubro.
Importante ressaltar que a greve não afetou a circulação dos coletivos.A decisão de entrar em greve ocorreu após uma assembleia realizada pelo Stetpoa na noite anterior, na qual foi aprovado o estado de greve. O sindicato, que tem como principal objetivo impedir o processo de privatização da Carris, alega ter esgotado todas as tentativas de mediação com a diretoria da empresa.
Em decorrência disso, o Stetpoa pretende encaminhar um documento à Prefeitura solicitando uma audiência com o prefeito Sebastião Melo.Além da defesa da manutenção da Carris como empresa pública, a pauta de reivindicações do Stetpoa inclui a preocupação com a demissão recente de vinte funcionários da Carris, a qual foi categorizada como "covardia" pelo sindicato em uma nota oficial.
Em agosto, o sindicato havia se reunido com o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), mas nem todas as reivindicações mediadas com o tribunal foram atendidas, o que levou à decisão de entrar em estado de greve.O edital de privatização, lançado há um mês, estabelece que os contratos de venda das ações e a concessão dos serviços devem ser assinados até o primeiro trimestre de 2024.
Além disso, garante que 81,7% dos servidores que permanecerem na empresa terão estabilidade de doze meses após a gestão privada assumir a companhia. No entanto, o Stetpoa busca a extensão desse benefício a todos os trabalhadores.No mesmo dia, houve uma reunião com o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), que teve resultados considerados mais positivos pelo sindicato. Nossa reportagem entrou em contato com a Carris para obter um posicionamento sobre a decisão do Stetpoa e aguarda resposta.
Anteriormente às negociações atuais, a empresa havia lançado um plano de demissões voluntárias, aderido por cerca de 350 profissionais na ocasião. O edital de concorrência internacional estabelece um lance mínimo de R$ 109 milhões para a privatização da Carris. A situação permanece em evolução, e novos desenvolvimentos são aguardados nas próximas semanas.
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