Ao caminhar pelas ruas da capital gaúcha, é impossível ignorar as podas agressivas que transformam as árvores em vítimas colaterais de uma batalha invisível. O foco, entretanto, não são as plantas, mas sim os intrincados emaranhados de fios suspensos, que desafiam a estética da cidade e comprometem sua resiliência às intempéries.
O debate em torno das ações preventivas para os efeitos das mudanças climáticas está se desviando do essencial. A falta de luz causada pelos temporais não é um problema das árvores, mas sim dos cabos que se tornam vulneráveis às forças da natureza. É hora de repensar e exigir um plano robusto das concessionárias de energia, telecomunicações e poder público para enterrar de vez os fios aéreos.
A recente atenção às retiradas de cabos soltos desde 2023 é um avanço, mas não é suficiente. Enquanto os cabos permanecerem suspensos, os problemas persistirão. A necessidade de podas radicais para preservar os fios expõe as árvores a danos irreparáveis, tornando-as mais suscetíveis às tempestades.
É indiscutível que transferir o cabeamento para o subsolo é um desafio complexo e oneroso. No entanto, é imperativo começar, mesmo que seja por uma rua. O custo ambiental e estético da inação é mais alto do que a dificuldade de enterrar os fios. As árvores não devem ser reféns da fiação, e a cidade merece uma solução que una funcionalidade e preservação ambiental. O momento é agora para Porto Alegre trilhar o caminho da subterraneização e garantir um futuro mais resiliente e sustentável.
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