Após dois anos sem reajuste, a tarifa de ônibus em Porto Alegre está em análise, podendo colocar a cidade entre as dez capitais com o serviço mais caro do Brasil. De acordo com levantamento realizado pelo Correio do Povo, a capital gaúcha atualmente cobra R$ 4,80 por viagem, mas poderá ganhar posições no ranking caso o aumento seja igual ou superior a R$ 0,15.
Com reajustes recentes em diversas capitais, Curitiba, Florianópolis e Porto Velho atualmente lideram com tarifas de R$ 6,00 por viagem. A mudança na posição de Porto Alegre é uma possibilidade real, evidenciando um cenário preocupante para os usuários do transporte coletivo municipal.
O sistema de transporte passou por diversas transformações desde o início da pandemia de Covid-19, incluindo alterações nos critérios para concessão de isenções. A Prefeitura tem subsidiado as empresas com mais de R$ 100 milhões diretamente, além de recursos destinados à Carris, agora privatizada.
Sobre o reajuste da passagem, o prefeito Sebastião Melo participou de duas reuniões e uma nova rodada de negociação está prevista para esta semana. O aumento é justificado pelo aumento do preço do combustível e da inflação acumulada, além das reivindicações dos trabalhadores rodoviários para repor perdas salariais.
Entretanto, a prefeitura afirma que ainda não há definição sobre o percentual do aumento, ressaltando que nem mesmo está confirmado se haverá o reajuste. Medidas para conter o aumento incluem retirada dos cobradores, elevação da idade média da frota e corte de gratuidades.
Enquanto isso, os usuários enfrentam problemas no serviço, incluindo atrasos, ônibus lotados e mal conservados, além do desligamento do ar-condicionado em algumas viagens. "Aqui no meu bairro, até hoje aparecem aqueles ônibus com pintura velha no lugar de algum dos azuis que estragou.
E o ar-condicionado é outra briga. Só ligam se a gente estiver morrendo", relata a aposentada Maria Ângela Brauner, usuária da linha 632 – Fátima.A estudante Daniela Silva Rosenberg, 22 anos, reclama do ar-condicionado e da superlotação na linha 188 – Assunção. "Não foi nem uma, nem duas vezes, que perguntei para os motoristas e eles disseram que estava estragado. Mas o que mais irrita é entrar num ônibus cheio e depois passar por ti um vazio, é quando tu sabes que o lotado estava atrasado", desabafa.A expectativa agora se volta para o anúncio do novo valor da tarifa, aguardado até o final de fevereiro, e como isso afetará a mobilidade e o bolso dos porto-alegrenses.
Com informações de Correio do Povo
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Imagem: Douglas Storgatto
Ônibus Brasil
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