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Padrão climático em forma de 'V' desencadeia sequência de tempestades extremas no Rio Grande do Sul"

Autora: ESTAEL SIAS 30/04/2024

Comentando sobre a persistente chuva e a sucessão de tempestades no Rio Grande do Sul, que estão causando transtornos em diversas comunidades gaúchas, incluindo a capital, o leitor da MetSul, Ricardo Pigatto, observa: "A tempestade mal chega em Porto Alegre e já está outra forte em Santa Maria e mais uma se formando na fronteira". Essa percepção, mesmo vinda de alguém sem especialização no assunto, está completamente correta. O que está sendo descrito é exatamente o que tem ocorrido no estado nas últimas horas. E por que isso está acontecendo? A resposta pode ser observada na imagem de satélite infravermelho do GOES-16, capturada às 5h30 da manhã desta terça-feira.

Na imagem, é possível notar uma área de instabilidade forte no Rio Grande do Sul com uma configuração em forma de letra "V", porém invertida. Fizemos um esboço das linhas do "V" na imagem para facilitar a visualização do padrão atmosférico que está sendo observado no estado. A ponta do "V" invertido está localizada no Centro-Oeste gaúcho, e as duas linhas se estendem em direção ao Norte da Lagoa dos Patos e à Serra Gaúcha. É dentro dessa área do "V" invertido que as chuvas mais intensas estão ocorrendo, afetando o Centro-Oeste do Rio Grande do Sul, a região central do estado (incluindo Santa Maria), os vales, a Região Carbonífera, o Norte da Lagoa dos Patos, a Grande Porto Alegre, parte da Serra e o Litoral Norte. Por que essa configuração climática? De acordo com a literatura especializada em Meteorologia, esses sistemas de tempestade em forma de "V" ocorrem devido ao cisalhamento positivo do vento, ou seja, uma divergência de vento em altitudes elevadas. Essas tempestades em forma de "V" são sistemas quase estacionários que produzem chuvas intensas e persistentes, sempre na mesma área.

Elas consistem em sistemas convectivos de mesoescala, formados por nuvens carregadas, que incluem diversas células próximas umas das outras e em diferentes estágios de desenvolvimento. Um estudo italiano descreve esses sistemas regenerativos que assumem a forma de "V" nas imagens de satélite infravermelho como caracterizados por um vértice estreito (a ponta do "V"), onde novas células convectivas são frequentemente formadas em sequência rápida, resultando em picos máximos de precipitação, enquanto as células maduras e antigas se movem em direção aos ramos do "V", seguindo a direção do vento em altitudes elevadas.

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