Facções tentam dominar abrigos no RS
A crise humanitária desencadeada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul expôs a presença de facções criminosas nos abrigos emergenciais montados em Guaíba e Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, onde aproximadamente 5 mil desabrigados foram acolhidos. De acordo com a BBC News Brasil, membros dessas facções infiltraram-se nos abrigos, delimitando espaços e controlando a distribuição de alimentos.
Rodrigo Azevedo, sociólogo e professor de direito na PUC-RS, destacou que essas facções já exercem controle nas comunidades locais e buscam manter seu domínio mesmo em situações emergenciais. A intervenção do poder público e da polícia é fundamental para garantir a segurança nesses locais.
Apesar da tentativa de controle, a situação foi parcialmente resolvida após três dias, com a redistribuição dos abrigados em espaços menores. Nesse período, foram registrados 65 boletins de ocorrência relacionados a crimes como furtos e roubos, facilitados pela atenção das forças de segurança voltada aos resgates.
Relatório do Ministério da Justiça aponta que o estado possui 15 facções criminosas ativas, com destaque para Bala na Cara e Os Manos. Facções maiores, como o Comando Vermelho e o PCC, têm pouca influência na região devido à falta de rotas de tráfico importantes.
A violência nos abrigos gerou preocupação, levando à criação de alojamentos exclusivos para mulheres e crianças. Crimes sexuais e outras formas de violência levaram à prisão de 54 pessoas, com a maioria dos abusadores sendo familiares das vítimas. A expectativa é que os crimes aumentem como forma de compensação pelos prejuízos causados pelas enchentes, e a polícia planeja ações para prevenir uma escalada de roubos e furtos.
Medidas estão sendo tomadas para construir instalações provisórias e evitar a ampliação do controle das facções nas áreas afetadas.
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Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
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