Os moradores do bairro Sarandi, em Porto Alegre, têm vivido um verdadeiro drama com a lenta drenagem das áreas alagadas. Com duas bombas de drenagem instaladas, esperava-se que a água acumulada em várias partes do bairro e em outras áreas da zona Norte da cidade fosse finalmente escoada. No entanto, a realidade tem sido bem diferente. Após 23 dias de espera angustiante, estima-se que serão necessárias mais duas semanas para que os residentes possam retornar às suas casas e avaliar os danos causados pelas enchentes.
João Cláudio Nobre, um ferreiro de 56 anos que reside na Rua Pandiá Calógeras, onde a enchente atingiu dois metros de altura, relata a perda total de seus pertences. Muitos outros moradores da rua também perderam tudo e os móveis danificados estão empilhados na frente das casas, juntamente com caixas de itens pessoais como CDs, livros encharcados e eletrônicos destruídos.
Há um sentimento de resiliência misturado com indignação entre os residentes após três semanas de sofrimento. Antônio Rizzo Costa, dono de um mercado na Rua Bernardino Silveira Amorim, expressou sua frustração com a lentidão do recuo da água e criticou a falta de eficiência do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE). Ele afirmou que a água poderia baixar mais rápido se o DMAE agisse com mais eficácia, já que apenas duas bombas estão em operação e em locais que não favorecem as áreas residenciais.
enchentes.JoãoA confirmação da situação veio do próprio DMAE, que explicou que as primeiras bombas flutuantes, emprestadas pela Sabesp, foram instaladas ao redor da Estação de Bombeamento de Água Pluvial (Ebap) número 9, onde estão localizadas algumas empresas e a estação de tratamento de esgoto. O DMAE justificou que a decisão de instalar as bombas nesse local foi baseada em critérios técnicos, e que para reduzir o nível da água na região, seria necessário acessar a Ebap número 10, algo impossível devido ao excesso de água no momento.
O plano do DMAE é instalar um total de quatro bombas flutuantes na área, todas emprestadas pela Sabesp. Duas já estão operando desde o início da semana entre os km 88 e 89 da free way, e uma terceira foi instalada neste fim de semana no mesmo local das bombas já em funcionamento. O objetivo é secar a área ao redor da Ebap 9, permitir a recuperação dos motores e religá-los, para depois realocar os equipamentos da Sabesp para outros pontos críticos do bairro.
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