A Polícia Civil do Rio Grande do Sul abriu um segundo inquérito contra a facção criminosa envolvida na execução de Jackson Peixoto Rodrigues, o Nego Jackson, 41 anos, dentro da Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan) 3. O novo foco da investigação é a lavagem de dinheiro, com o objetivo de identificar os métodos usados pelo grupo para ocultar os lucros ilícitos provenientes de atividades criminosas, como o tráfico de drogas.
No centro das apurações está Rafael Telles da Silva, 36 anos, conhecido como Sapo, apontado como um dos líderes da organização e suspeito de ter ordenado o assassinato de Nego Jackson. Segundo as autoridades, Sapo é considerado peça-chave tanto no planejamento do crime quanto na administração financeira da facção, o que amplia a gravidade das acusações.
A execução dentro da penitenciária
Nego Jackson, que liderava um grupo rival ao de Sapo, foi morto em 23 de novembro em um ataque brutal dentro de uma cela da Pecan 3. Ele foi alvejado por disparos de pistola calibre 9 milímetros e, apesar de ter sido socorrido, não resistiu aos ferimentos. O crime expôs falhas graves no sistema prisional do estado, incluindo a circulação de armas dentro das unidades.
Em nota, o governo do Rio Grande do Sul classificou o episódio como “inaceitável” e admitiu que ele escancara deficiências na segurança das penitenciárias. A execução gerou uma crise no sistema prisional gaúcho, com promessas de reforço nas medidas de segurança e intensificação das investigações sobre a atuação de facções dentro e fora das prisões.
Rota do dinheiro ilícito
Além de esclarecer as circunstâncias do assassinato, o segundo inquérito busca rastrear os caminhos financeiros do grupo. Segundo fontes ligadas à investigação, a facção utiliza uma rede de laranjas, empresas de fachada e transações bancárias complexas para legalizar os lucros do tráfico de drogas e outras atividades criminosas. A lavagem de dinheiro seria uma das principais fontes de sustentação do poder da organização.
O delegado responsável pelo caso afirmou que a investigação segue em sigilo, mas destacou que “atingir a estrutura financeira da facção é tão importante quanto responsabilizar os envolvidos pelo homicídio de Nego Jackson”.
Crise no sistema prisional
A morte de Nego Jackson é mais um capítulo da escalada de violência entre facções que disputam o controle do tráfico no estado. O episódio reacendeu debates sobre a precariedade das condições nos presídios e a insuficiência das medidas para conter a atuação das facções dentro das unidades.
Especialistas apontam que a falta de investimentos em inteligência e segurança tem permitido que líderes criminosos mantenham sua influência mesmo estando detidos, perpetuando ciclos de violência e alimentando crises dentro do sistema penitenciário.
A Polícia Civil e o governo estadual prometem ações mais rigorosas para combater o crime organizado e minimizar os riscos de novos episódios semelhantes.
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Foto: Polícia do Paraguai/Divulgação
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